FLÁVIO CÉSAR DE FREITAS
(BRASIL – MINAS GERAIS)
Vive em Belo Horizonte, MG. Formado em Administração de Empresas, escreve diversos gêneros desde 1995, quando participou da coletânea “Verdes sons azuis” com o livro O animal dos meus olhos.
Extensamente premiado tal como pela UBE - Rio de Janeiro, Prefeitura de Belo Horizonte, Sociedade Luso Brasileira de Juiz de Fora, Contos Luis Vilela, Academia Montesclarense de Letras, Blkocos Editora-RJ, etc. Entre os muitos livros publicados, estão:
Três Contos Reais, vol. 2 co-autori, s1996; Bashô em Nós (haicais, co-autoria); Mulheres Emergentes Ed. Alternativas, BH 1996; Pedras de Sol, 2º, lugar 1º. Concurso Blocos de Poesia, 1997; publicado em diferentes projetos como Pão e Poesia, BN, 2008
ANTOLOGIA MENINOS ME Emergentes. Capa: Guido Boletti. Belo Horizonte: 2009. Exemplar biblioteca de Antonio Miranda
Em turvas águas não habitam sereias
Escuto os rios da vida
Como as fiandeiras tecem gotas de solidão.
Percebo o silêncio na fala calma dos peixes
Serena a infância de meus olhos.
Águas tecidas entre leitos de terra
Discorrem os sentidos das coisas.
Sementes de trigo, esperança plantada nos poros do
homem,
Batismo do corpo.
Espíritos líricos da aladas serpentes adormecem
Acorrentados ao crucifixo pagão da ironia.
Cristais que herançam as linhas das mãos,
Fornalhas aquecidas rompem o tempo.
As águas do Rio são relógios da vida,
Silenciosas, gritam profundos ventos.
As lápides de minhas retinas
Não escolhem paisagens, pressentem o mundo,
Pérolas solitárias no corpo ofegante das conchas.
Semeio pedras em colinas
Onde sonho insanas liberdades,
Olhos nus orvalham distantes amores.
Sábio o medo, a angústia que ensina,
Cânticos barrocos de imaginárias flautas
Debulham fetos de estrelas no adro solene da Via-Láctea.
Livres, as paredes das almas
Não sejam molduras para antigos retratos.
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Página publicada em maio de 2024.
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